sexta-feira, 10 de junho de 2011

Joaquim fazendo história

Veículo: Correio Braziliense

Tensões na Corte

A sessão de ontem no Supremo foi marcada por divergências.

O relator do processo, ministro Gilmar Mendes, protagonizou os debates mais acalorados. Indignado com a decisão da maioria de manter o ato do Executivo, o magistrado disse que o Tribunal “passará a ser líteropoético-recreativo”, em referência ao papel da Corte de julgar processos de extradição. “O STF passa a ser um objeto de brincadeira no plano institucional.” Mendes também não poupou os colegas ao dizer que “tem ouvido pacientemente falas às vezes não muito inteligentes”. Ao ser interrompido pelo ministro Marco Aurélio Mello, Mendes retrucou: “Vossa Excelência não é censor de colega”, disse o magistrado. As farpas continuaram a ser trocadas durante o intervalo da sessão. “Foi um belíssimo voto, mas inócuo”, ironizou Marco Aurélio, comentando o entendimento de Mendes. A posição de Gilmar Mendes foi acompanhada pelo presidente do STF, Cezar Peluso, e por Ellen Gracie.

Do outro lado, prevaleceu o entendimento de Marco Aurélio, seguido por Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Ayres Britto. A decisão da maioria foi de que nenhuma nação estrangeira pode questionar ato soberano do chefe do Poder Executivo. Os mesmos seis ministros votaram pela liberdade imediata do ex-ativista italiano. (AL e DA)

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